#43 - Pelas montanhas de El Torcal

Depois de um grande dia a explorar o magnífico Caminito del Rey, nada melhor do que visitar um fascinante parque natural localizado em Antequera, a cerca de 100 km de Caminito, declarado pela UNESCO em 2016 como Património da Humanidade - El Torcal de Antequera

Logo de manhã levantamos do hotel onde nos encontrávamos e depois de um revigorante café da manhã partimos para nosso destino. Visitamos primeiro a cidade de Antequera e seu conhecido Dolmen e depois seguimos para as montanhas de El Torcal. Na parte norte encontra-se o centro de visitantes composto por um enorme restaurante panorâmico e parque de estacionamento. O acesso é aberto às 10h e as vagas de estacionamento são limitadas.

Quando chegamos a El Torcal eram quase 10h40 e já nos foi possível subir de carro pois já não havia lugares no parqueamento! Por um lado, estávamos gratos por isso. Estacionamos o carro na estrada ao lado do início do trilho que nos levaria ao topo, o que nos deu a possibilidade de fazer o mesmo atravessando uma uma paisagem incrível e diferente.

Iniciamos a subida, de cerca de 3 Km. Os Km não eram muitos mas a subida foi acentuada o que nos fez testar toda a resistência das pernas. A paisagem envolvente era tipicamente rochosa, envolvendo-nos com as suas curiosas formações que lembram folhas empilhadas, mas neste caso, em vez de papel, encontramos rochas. Esta curiosa estrutura rochosa é provocada pela erosão que ao longo do tempo as moldou desta forma através das águas, chuvas e ventos.

Continuamos nossa escalada até o topo. Ao longo do caminho encontramos também um refúgio de pedra para pastores, cabras e algum gado livre a pastar numa vasta área de pastagem. Admirados por nos verem e por serem os únicos que passavam naquele momento, os animais observavam com a máxima atenção, acompanhando nossos movimentos com o olhar.

Após 3 km de subida, finalmente chegamos ao centro de visitantes. Aproveitamos para descansar um pouco, tomar um café no restaurante panorâmico e recuperar energias.

Aqui no topo temos o início de três percursos pedestres marcados e definidos por cores:

• O amarelo - trilha de 3km, circular, de terreno muito irregular e rochoso com duração média de 2 horas. Dificuldade média

• O Verde - trilha de 1,5 km, circular, com terreno muito irregular e rochoso com duração média de 40 minutos. Dificuldade média - baixa

• O Orange - trilha de 3,6km, linear, com terreno muito acidentado e rochoso com duração média de 3h50, dificuldade média

Devido ao tempo limitado acabámos por fazer apenas dois deles e aproveitando ao máximo o que fomos capazes de absorver deste magnífico e diferente local. No topo das formações rochosas deparámo-nos com vistas de tirar o fôlego. É numa delas que tenho uma das fotos que mais gosto.

As horas passaram e era hora de voltar. Com tristeza despedimo-nos dessas magníficas vistas e iniciamos a descida de 3km de volta ao local onde iniciamos esta aventura. Há quem diga que, numa caminhada, descer é o mais fácil mas, após um dia de caminhada e extremo esforço nas pernas e pés, a descida torna-se tão difícil e exigente como a subida inicial. Mas a verdade é que lá fomos nós, com o coração e a alma cheios de um dia bem vivido e desfrutado.

Chegando na estrada, próximo ao local onde deixamos o carro, já estávamos a planear as próximas aventuras, cheios de vontade e coragem para continuar a explorar o que o mundo tem para nos oferecer.

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